segunda-feira, agosto 21, 2017

A IGREJA DO JEITO QUE O DIABO GOSTA - Parte 2



A IGREJA DO JEITO QUE O DIABO GOSTA - Parte 2

 


Há dois tipos de pessoas que são usadas para difusão do erro na Igreja.

Primeiro há o tipo sincero. São pessoas absolutamente sinceras, mas que vieram a cair vítimas do erro dentro da própria Igreja.
Em segundo lugar estão aqueles que têm a mente cauterizada, que sabem que estão dizendo mentiras, mas não se importam, e que têm fins lucrativos. Paulo disse que estes pensam que a piedade é fonte de lucro, homens apóstatas dentro da Igreja e que sabem que estão proferindo mentiras.
Com pouquíssimas variações, normalmente no primeiro tipo estão os seguidores; aqueles que lotam igrejas heréticas pensando estarem de fato realizando a vontade de Deus. E no segundo tipo estão os líderes dessas igrejas, os quais são detentores de técnicas habilidosas de dominação mental e manipulação do público. Estes não só estão bem preparados para enganar, como jamais param de investir na obtenção de novos conhecimentos que os mantenham nessa posição de dominação dos fiéis.

Nós vemos que no V. T. os falsos profetas e profetisas surgidos de dentro do povo de Deus, foram usados pelo diabo para tentar destruir o povo de Deus. Jeremias se levantou contra os falsos profetas que diziam falar da parte de Deus quando profetizavam paz para o povo. Jeremias sozinho dizia que não havia paz, nenhuma paz, mas que Deus estava irado com o povo. Os falsos profetas levavam o povo cada vez mais para baixo da ira santa de Deus. Balaão foi um exemplo disso. A história da Igreja nos revela homens com a mente cauterizada, com fins e propósitos de lucro pessoal, sem se importarem com a verdade, com Deus e a Igreja. Eles querem popularidade, querem ter o seu lucro. Jesus nos alertou contra esse tipo de gente em Mateus 24:24: "Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos". Jesus antecipou que isso aconteceria na Igreja.

Hoje, se perguntarmos às pessoas onde isso está acontecendo nas igrejas históricas, receberemos a resposta de que nada disso está acontecendo. Elas não veem nada de errado e que tudo está bem. Sabem apontar para outros ambientes e não percebem o mal debaixo do próprio nariz. Mas a verdade é bem diferente. Penso que, quando Jesus disse que haveria falsos mestres e falsos profetas fazendo sinais e prodígios que, se possível, enganaria os próprios eleitos, ele não estava querendo brincar com nossos sentimentos, mas estava querendo dar-nos um alerta genuíno e verdadeiro e que esse tipo de coisa deveria acontecer na história da Igreja. Às vezes a palavra de Jesus não tem sido levada tão a sério como deveria. Em atos 20:29-30, o apóstolo Paulo exorta aos presbíteros da Igreja de Éfeso a se cuidarem dos falsos ensinos que certamente haveriam de entrar na igreja. Ele diz: "Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles". Eles têm um propósito: arrastar os discípulos atrás de si. Querem formar seguidores, arrastar os discípulos falando coisas pervertidas e enriquecerem através disso.

As cartas de Paulo e as dos demais apóstolos foram escritas exatamente para combater o erro religioso do primeiro século. Se não houvesse preocupação, nós não teríamos as cartas pastorais. Muitas vezes estamos esquecidos disto e que os apóstolos, quando sentaram para escrever, se dirigiam a problemas específicos das igrejas e na maioria dos casos a questão era o erro religioso. Na maioria das vezes estavam preocupados com mentiras que surgiam. A carta aos colossenses, por exemplo, foi escrita pelo apóstolo Paulo para combater a entrada do gnosticismo naquela região de Colossos. Uma heresia que danificou a Igreja até o terceiro século. O apóstolo João escreve as suas três cartas com este mesmo propósito para combater o gnosticismo incipiente no primeiro século. Judas escreve a sua carta para exortar a Igreja a combater pela "fé que uma vez foi dada aos santos". A segunda carta de Pedro tem o mesmo propósito. Paulo, quando escreve a Epístola aos Gálatas, tem um objetivo que é mostrar à Igreja que, na hora em que ela deixa de crer na graça do Evangelho, ela deixa de ser Igreja. Paulo escreve aos Gálatas para combater o legalismo religioso. Hoje toleramos práticas legalistas dentro da Igreja, mas Paulo achou tão importante a sã doutrina que ele escreve aos Gálatas com esse propósito. O mesmo acontece com II Coríntios, que tem este mesmo propósito, pois havia falsos apóstolos na igreja de Corinto que ensinavam doutrinas estranhas. Vejam a preocupação dos apóstolos com a sã doutrina, sabendo que o diabo pode corromper a mente dos crentes e afastá-los da simplicidade do Evangelho (II Coríntios).

O diabo sempre usa pessoas que estiveram ativas. Em cada geração a Igreja tem enfrentado falsos profetas e falsos ensinos. Foi o que aconteceu com o Unitarianismo, o liberalismo teológico, o modernismo, o evangelho social, o evangelho da palavra positiva e da prosperidade etc., para não dizer das heresias que a igreja enfrenta desde o período patrístico. Este tem sido sempre o embate da Igreja.

Qual a maneira como o diabo age na vida das pessoas, qual sua tática sutil nessa área?

Primeiro -  Ele faz com que o erro venha disfarçado de verdade. Normalmente as grandes heresias nascem como novas visões ou modernas revelações para os novos tempos da igreja.

Segundo

a. O diabo torce a verdade de Deus como fez lá no Jardim do Éden (Gn 3:1-6). Nós vemos como ele distorceu a Palavra de Deus para levar a mulher a se desviar do mandamento de Deus. Esta é a característica de todo falso mestre. Têm sempre uma interpretação distorcida da Escritura.

b. O diabo se manifesta como anjo de luz. Paulo nos diz em II Co 11:13-15 exatamente dessa transfiguração de anjo de trevas em anjo de luz. No nascimento de cada seita sempre existe uma revelação. Cada um dos fundadores de seitas, hoje, reivindica que teve uma revelação de Deus.

Que faremos com tudo isso? Como devemos lidar com estas coisas?

Até mesmo operações de curas, de milagres e de prodígios são efetuadas por estes demônios com o fim de atribuir autoridade à mentira, para lhe dar credibilidade. Da mesma forma vemos isso hoje. Muitos, para provar seu ensino, fazem sinais e maravilhas. Assim o espiritismo e o esoterismo têm conquistado muitos adeptos. Nesses ambientes heréticos lida-se sempre com coisas sobrenaturais e isso é como prova da verdade, e de fato coisas extraordinárias acontecem. Concluímos que há demônios operadores de sinais, capazes de produzir inúmeros tipos de fenômenos. Lemos em II Ts 2:9: "Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios da mentira". Esses sinais e prodígios da mentira são chamados assim, não porque eles não sejam verdadeiros, pois de fato são, mas porque têm o propósito de levar as pessoas a crerem na mentira. O alvo é induzir as pessoas a crerem no erro que está por trás, no erro que está junto a estas manifestações. "...com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos" (v. 10).

Não percamos de vista que há uma batalha dos espíritos malignos contra a Igreja e devemos ficar alertas contra as armas do diabo. Uma destas armas é fazer pessoas bem-intencionadas perderem o equilíbrio teológico, levando-as a tomarem certos pontos secundários e façam deles aspectos centrais, produzindo um desequilíbrio. Como exemplo temos a expulsão de demônios, curas, que são verdades que Deus pode fazer, mas que também podem ser simuladas pelo diabo, que as tira do seu devido lugar, que é um lugar secundário no N. T., e as traz como ponto central de vários movimentos, produzindo um desequilíbrio e um modelo de fé fundamentado apenas do experimentalismo. Poucos dizem isso e geralmente as pessoas vão pelo que está na frente, concentrando-se naquilo e esquecendo o resto. Ou até mesmo, e, digo isso com muito temor, é possível tomar coisas boas e legítimas como os dons do Espírito Santo e trazê-los como o centro de determinado movimento, ao ponto de que as doutrinas centrais, como a pessoa e obra de Cristo, Sua redenção, Sua glória, Seus atributos, Sua obra de salvação no mundo, sejam ignorados ou recebam uma atenção mínima, produzindo igrejas desequilibradas teologicamente e produzindo crentes histéricos e esquizofrênicos que vivem em torno disso. Isso é erro religioso da mesma forma, pois existe um desequilíbrio onde a verdade não é apresentada em todas as suas formas harmônicas. Creio que o diabo usa até mesmo pessoas absolutamente sinceras para trazer desequilíbrio e confusão para dentro da Igreja. Nós precisamos de discernimento.

Uma palavra final

O que tudo isso tem a ver conosco? Que devemos fazer? O erro religioso é tremendamente perigoso, mesmo que líderes achem que não há nenhum perigo. A evidência da Bíblia nos mostra o contrário, diz-nos que o erro religioso, o ensino desequilibrado é prejudicial para as almas da Igreja pois afasta o povo da verdade, corrompe a fé e as consciências. A verdade doutrinária deve ser buscada, perseguida, zelada pelo povo de Deus e defendida com as armas legítimas. O erro religioso conduz à prática religiosa errada e desequilibrada. Se você acredita no erro, sua prática será errada e no final vai oprimi-lo, atormentar, afligir e por fim conduzir à destruição espiritual. Só a verdade liberta, só ela traz paz verdadeira e crescimento. O Espírito Santo não abençoa o erro. O Espírito Santo é chamado na Bíblia de o Espírito da Verdade. Por isso só abençoará a verdade. Como resistir à queda no erro? Não há um caminho fácil e digo isso com temor. Com todo respeito aos irmãos que estão bem-intencionados e desejam declarar que o erro religioso está banido, declarar que os espíritos enganadores, de mentira e de heresias sejam amarrados. Àqueles que dizem amarrar o diabo eu digo que não há substituto para se tomar a armadura de Deus especialmente o cinto da verdade. Você pode "amarrar" quantos demônios queira, mas se você não estiver amarrado à verdade e comprometido com ela, para nada vão adiantar suas palavras supostamente poderosas.

A Igreja só tem uma defesa contra o erro religioso. É tomar toda a armadura de Deus, vestir-se da verdade, tomar a couraça da justiça, que vem da parte de Deus. Empunhar a Palavra, que é a espada do Espírito. Não há outras armas. Isso significa estudo profundo da Palavra, meditação nela. Que a Igreja tome uma posição contra o erro religioso e resista a esta tendência moderna mundana, humanista, materialista e atolada no lodaçal da vaidade. A Igreja tem de zelar pela sã doutrina e cada crente faz parte desta luta. Exija do seu pastor que pregue sermões firmes fundamentados na Escritura, que o pastor exija do seu presbitério, do seu professor, que seja criterioso nas suas leituras escolhendo bons livros, que participe de bons congressos e não dos tantos movimentos neopentecostais caça-níqueis, travestidos de reuniões de fogo e poder. Exija critério, trabalho e sacrifício. Não há outro caminho. É isso que diz a Escritura: tomar a couraça da justiça e o cinto da verdade para poder resistir às astutas ciladas do diabo.

Só existe uma maneira de não se cair vítima de uma mentira e ser enganado por ela. É você se voltar para o estudo da Escritura, debaixo da orientação de alguém que conheça a Palavra, que tenha o propósito de iluminá-lo, de ajudá-lo. Minha súplica a você: hoje comece um estudo sério da Escritura, leia a Bíblia com atenção, com devoção, com oração e consagração. Somente uma igreja repleta de cristãos que manejam bem a palavra da verdade será uma igreja capaz de incomodar os infernos. Bem diferente das igrejas apóstatas, dos paletós voadores, dos crentes tresloucados, do barulho sem conteúdo, que prega prosperidade e não humildade, que prega o suposto poder das palavras humanas ao invés da obediência à vontade, que fecham suas escolas bíblicas e criam suas células de heresias domésticas, que estão efeminando os púlpitos por covardia antes as pressões sociais. É a partir dessa reflexão que se separa o trigo do joio e se difere a Igreja de Cristo daquela que o diabo gosta!


Postado por Pr. Reinaldo Ribeiro às 20:23




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